O LIVREIRO

sábado, 6 de março de 2010

COMO SHELL, COSAN TENTA CONVERTER ÁLCOOL EM COMBUSTÍVEL MUNDIAL


MARIANA SALLOWICZ
Colaboração para a Folha Online

A joint-venture que vai surgir entre a Cosan e a Shell deverá ter faturamento de R$ 40 bilhões, constituindo-se no que deve ser uma das 15 maiores empresas do país. O objetivo do negócio é juntar o conhecimento para produção em larga escala da Cosan com a experiência em distribuição da Shell.

"Hoje não tem no mundo uma empresa que lida com agronegócio, que lida com combustível, que lida com combustível renovável e distribui. Isso será importante e histórico para o Brasil e é uma tentativa de fazer o álcool se transformar num combustível mundial", afirmou nesta segunda-feira o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello.

Para o diretor mundial de Downstream da Royal Dutch Shell, Mark Williams, trata-se da primeira entrada da Shell no setor de biocombustíveis. "Escolhemos a Cosan porque ela é líder absoluta na produção do etanol no Brasil e está entre os mais produtores de etanol do mundo. (...). O etanol brasileiro é o que produz menos carbono e é muito eficiente, provoca menos impacto e é um dos melhores combustíveis no mercado hoje em dia".

O etanol é uma das bandeiras do governo Lula. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção mundial de álcool e convidou os demais países a assumir suas responsabilidades para diminuir os efeitos das emissões de gases a partir da alternativa oferecida pelos biocombustíveis.

As duas empresas comunicaram ao mercado hoje a assinatura de um memorando de entendimentos para unificar suas operações de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa de desenvolvimento, em um negócio que deve atingir a casa dos US$ 12 bilhões.

Detalhes

A Cosan entrará com dois terços do seu patrimônio para a constituição da joint-venture. Já a Shell vai contribuir com seus ativos de distribuição de combustíveis, além de um aporte de US$ 1,625 bilhão pelos próximos dois anos. O memorando prevê ainda que a nova empresa absorva cerca de US$ 2,5 bilhões em dívidas da Cosan.

A sociedade da empresa será compartilhada igualmente entre Cosan e Shell. As companhias estabeleceram um prazo de seis meses para que seja estabelecida a organização da nova empresa. O presidente do conselho da empresa afirmou que a operação não deve afetar a participação dos acionistas minoritários da Cosan.

A nova empresa terá capacidade de produzir 2 bilhões de litros de etanol, podendo ampliar esse número conforme a demanda. O volume ficará abaixo do consumido na rede de postos que surgirá com a sociedade, de 3 bilhões de litros.

A Cosan deve ficar com 20% da geração de caixa da nova empresa, sendo 80% destinado à joint-venture

Questionado sobre o motivo para a sociedade, o presidente do conselho justificou: "não foi à toa que fechamos negócio com a Shell. A Cosan ao longo desse tempo todo vem sendo sempre namorada por várias empresas de todo tipo (...). Nós acabamos casando com a Shell, porque é a melhor".

FONTE: www1.folha.uol.com.br

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