O LIVREIRO

terça-feira, 19 de maio de 2009

BOAS NOTÍCIAS NO MEIO DA CRISE

PUBLICADO PELA REVISTA CANAVIEIROS DO MÊS DE MARÇO DE 2009


Em meio às noticias da crise financeira, duas deram uma injecão de ânimo ao setor sucroenergético nessas últimas semanas: os investimentos da Petrobras para adquirir participação em usinas e o anúncio do programa de financiamento de estoques, chamado de warrantagem,com recursos do BNDS.


A PBio (Petrobras Biocombustíveis) quer abocanhar pelo menos 20% do total do crecimento da produção de etanol no mercado nacional por meio da aquisição de até 40% de participação em usinas.
Os planos de investimentos da Petrobras em biocombustíveis entre 2009 e 2013 envolvem US$2,4 bilhões em produção, dos quais cerca de US$ 400 milhões este ano. O etanal receberá US$ 1,9 bilhão e o biodiesel US$480 milhões.


Nos próximos dois meses a PBio deve concluir a participação em pelo menos quatro projetos de novas usinas no pais. Outros cinco projetos estão previstos para entrarem em operação em 2012 e mais oito entraram em 2013. Juntas, essas aquisições em participações em usinas representarão 1,9 bilhão de litros em 2013.


Além dos investimentos da PBio, ainda serão destinados para a logística dos biocombustíveis US$ 400 milhões, e outros US$ 500 milhões em pesquisas, via o centro de pesquisas da Petrobras, o Cenpes, totalizando US$ 3,3 bilhões. Além de recursos no setor nesse momento de turbulências, pode atrair ainda mais a atenção e interese dos investidores.


Já o programa de financiamento para estocagem foi anunciado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no último dia 5. O BNDS irá destinar R$ 2,5 bilhões para financiar a estocagem de cinco bilhões de litros de etanol na safra 2009/10. Os detalhes do programa estão sendo definidos e a expectativa é que os recursos sejam disponibilizados rapidamente, já que a safra já está ai.


A formação de estoques de etanol é um meio de reduzir a volatilidade excessiva dos preços e dos volumes comercializados ao longo do ano e evitar desequilibrios na remuneração da cadeia produtiva. Sem estoques, o combustivel tende a ficar mais caro nas bombas no periodo da entre safra ou então o resultado é o que estamos vendendo neste ano: com dificuldades de acesso ao crédito por conta da crise, muitas indústrias estão vendendo o produto a preços baixos para fazer caixa e isso desequilibra o setor.


Essa ajuda do governo vem em boa hora, mas é importante que a cadeia produtiva também faça a sua parte, buscando maior organização e ordenamento de seus elos. Os fudamentos do setor continuam positivos, apesar da crise mundial: deve haver recuperação nos preços do açúcar e aumento nas exportações brasileiras do produto crescente. O setor precisa aproveitar esse bom momento e as medidas de apoio para se reestruturar e contornar dificuldades que sempre existiam, como essas oscilações de preços que desestabilizam toda a cadeia.


MANOEL CARLOS DE AZEVEDO
PRESIDENTE DA CANAOESTE

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