O LIVREIRO

terça-feira, 27 de abril de 2010

Engana-se quem pensa que há mudança de orientação, diz Meirelles




Segundo ele, Banco Central 'não precisa provar nada a ninguém'.
BC foi criticado por analistas no mês passado ao não subir os juros.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília

No dia em que começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definirá a taxa básica de juros da economia, atualmente em 8,75% ao ano, o presidente da instituição, Henrique Meirelles, afirmou, nesta terça-feira (27), que engana-se quem pensa que pode haver uma mudança de orientação das política adotada. A decisão sobre a taxa de juros será anunciada nesta quarta-feira (28), após as 18h.

"Engana-se quem pensa que pode haver mudança de orientação. Não houve a não haverá", disse Meirelles, duranta a cerimônia de posse do novo diretor de Assuntos Internacional da autoridade monetária, Luiz Awazu. Mais adiante, o presidente da autoridade monetária afirmou que o "Banco Central não precisa provar nada a ninguém". "Existe uma história de sucesso e de credibilidade", acresentou ele.

Críticas
No mês passado, o BC foi criticado por analistas do mercado financeiro ao optar por manter a taxa básica de juros estável em 8,75% ao ano. Isso porque os analistas, e a própria autoridade monetária, já estavam prevendo, naquele momento, um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao redor de 5,2% para 2010.

O centro da meta de inflação para este ano, cuja missão do BC é atingí-lo, é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Na reunião desta semana, a maior parte do mercado acredita em uma elevação de 0,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano, mas há vários analistas projetando um aumento maior, para 9,5% ao ano.

'Administrando o sucesso'
Meirelles disse ainda, nesta terça-feira (27), que existe uma discussão, em torno das decisões do Copom, como se o Brasil 'estivesse em outra época". "Como se algumas pessoas estivessem acostumadas ao sucesso, procurando culpados. Estamos administrando o sucesso, uma situação não usual. Busca-se motivações negativas de um lado ou outro, de movitação politica, ou para recuperar credibilidade. Quando, na realidade, a credibilidade do BC é reconhecida internacionalmente", afirmou.

Na avaliação do presidente do Banco Central, o que "vale a pena" é o resultado e o reconhecimento da população. "O presidente do Banco Central começou a ser ventilado para uma via eleitoral, porque as pessoas passam a ver a estabilidade de preços e econômica como um ativo eleitoral. O fato concreto é o que vale a pena é o reconhecimento e o legado. A estabilidade é fator primordial para garantir um crescimento sustentado. A preservação do poder de compra moeda nacional é um direito básico de cidadania", concluiu.

No início deste mês, Meirelles informou ter desistido de concorrer nas eleições de outubro. Deste modo, ele permanecerá no comando da instituição até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: g1.globo.com/noticias

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